Objetivo: No sentido de associar os maiores benefícios da operação de revascularização do miocárdio tradicional com a utilização da anastomose da artéria interventricular anterior, com vários dos benefícios da angioplastia, alguns grupos têm começado a realizar a cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva. O objetivo deste trabalho é o relato de nossa experiência inicial com essa abordagem técnica, especialmente com a utilização de videotoracoscopia (VDT) e do estabilizador de sutura (ES). Métodos: Foram operados 73 pacientes, sendo 51 do sexo masculino, com idades variando de 37 a 83 anos, com média de 61,2 anos, portadores de lesão isolada do ramo interventricular anterior acima de 80%. Foi utilizada intubação orotraqueal com sonda de duplo lume. O paciente foi colocado em decúbito lateral direito com 30 graus de rotação. A minitoracotomia anterior, com 8 a 10 cm de extensão, foi realizada no quarto espaço intercostal. Através dessa incisão foram colocados a ótica da videotoracoscopia e os instrumentos cirúrgicos. O pericárdio foi aberto longitudinalmente e reparado para facilitar a exposição do RIA. Não foi utilizada circulação extracorpórea e a freqüência cardíaca foi diminuída no momento da anastomose com o uso de betabloqueador endovenoso. Para a realização da anastomose ATI-RIA, foi utilizado torniquete proximal e distal, além de uso de CO2 para manter o campo operatório livre de sangue. Previamente ao fechamento dos torniquetes, foi feita a administração de 1,5 mg/kg de peso de heparina endovenosa. A anastomose da ATI com o RIA foi realizada com fio de Polipropilene 7-0. O ES, dispositivo metálico acoplado ao afastador foi utilizado na parede anterior do coração, nos últimos 15 casos, para reduzir a movimentação cardíaca, criando condições para uma anastomose mais segura. Resultados: Todos os pacientes apresentaram boa evolução pós-operatória, sem complicações isquêmicas, estando em condições de alta hospitalar entre 2 e 13 dias após reavaliação da operação (média de 4 dias). Cineangiocoronariografia pós-operatória foi realizada em 48 (65,7%) pacientes, sendo que 2 (4,2%) mostraram oclusão na anastomose e 1 (2,1%) oclusão pós anastomose. Os pacientes estão assintomáticos, com seguimento médio de um ano após a cirurgia. No pós-operatório tardio, ocorreram duas mortes: uma devido a pneumonia e a outra a provável tromboembolismo. Conclusões: A cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva mostrou ser uma boa alternativa para determinado grupo de pacientes com insuficiência coronária. Torna possível a operação com melhor estética, menor custo e possibilita uma recuperação mais rápida do que a operação convencional. O uso da VDT e do ES constitui avanço que busca trazer maior apoio técnico ao procedimento.
Purpose: In order to associate the major benefits of the coronary artery bypass graft (CABG), with a less aggressive procedure, minimally invasive coronary artery bypass graft (MICABG) has begun to be utilized. The aim of this work is to report our initial experience with this technical approach, using video assisted thoracic surgery (VATS) to facilitate the operation. Methods: Seventy three patients, 51 males, ranging ages from 37 to 83, and with an isolated lesion in the anterior descending artery were operated upon. Left anterior minithoracotomy, of 8-10 cm was performed at the fourth intercostal space. Through this incision the optical device for VATS as well as the surgical instruments were placed in order to provide the complete left internal mammary artery (LIMA) dissection. Bypass circulation was not used and cardiac rate decreased with the use of intravenous betablockers. For LIMA - anterior descending artery anastomosis, proximal and distal tourniquets were used and 1.5 mg/kg of heparin was intravenously administered, besides the restrained device in the 15 last cases. Results: The 73 patients presented satisfactory postoperative progress, being released from hospital between 2 and 13 days after their operation, with a mean of 4 days. Cinecoronary angiography, which was carried out in 48 (65,7%) patients during the postoperative period, before discharge, showed occlusion of anastomosis in 2(4,2%) patients, and occlusion after anastomosis in 1 (2,1%) patient. During the follow-up, there was one death due to pneumonia and another due to thromboembolysm. The other patients remained asymptomatic during a mean period of one year. Conclusions: Surgery with MICABG is possible with better esthetic effect, lower cost and faster recovery than the conventional one in a group of patients. The use of VATS through the thoracotomy itself and restrained device are good methods in this surgical approach.